quarta-feira, 16 de abril de 2008

O CONTO DE EMILIO, parte 02.

O PRIMEIRO BEIJO DE EMILIO


Emilio se tornara amigo de Dioser com muita facilidade. Ambos descobriram que tinham muito em comum e se tornaram companhia certa um do outro. Angelina, a irmã de Dioser, se tornou um pouco ranzinza com Emilio pelo fato de ele já não ter tanto tempo para ficar com ela. Também... a garota era muito chata. Não era de se surpreender que ela não tivesse amigos.
Emilio entrou para a equipe de natação a que Dioser fazia parte e também começou a praticar exercícios na mesma academia que ele. Em pouco tempo Emilio também se tornou uma espécie de “segundo garoto mais popular do colégio”, uma vez que Dioser era o primeiro.
Em uma tarde de sol, Dioser chegou à casa de Emilio gritando, feliz, porque tinha ganhado uma moto do pai que morava no exterior. Os dois foram para a garagem da casa de Dioser e lá ele mostrou toda a potência que tinha a moto, a Emilio, e disse que dirigiria ela mesmo não tendo carteira e sendo menor de idade. Depois de fazerem planos para sair para festas e dar altos agitos montados na moto, Dioser convidou Emilio para lavarem a moto nova, que na verdade não precisava ser lavada, uma vez que acabara de sair da loja. Emilio aceitou com um sorriso cordial.
Tiraram a moto para os fundos do quintal calçado, onde não havia maneiras de serem vistos pelos vizinhos nem por nenhuma outra pessoa, pois estavam sozinhos em casa. Dioser tirou a camisa “não quero molha-la. É nova” e depois as calças, ficando assim só com uma cuequinha branca que causou arrepios em Emilio. Dioser estava com um sorrisinho safado no rosto e Emilio começou a imaginar qual era sua intenção ao traze-lo ali para lavar uma moto que brilhava de tão limpa.
“Você não vai tirar sua roupa? Aposto que sua mãe não vai gostar nadinha que você chegue parecendo um pinto todo molhado em casa!”, disse Dioser começando a jogar água com a mangueira na moto preta. “Bem... ah, tudo bem!” gaguejou Emilio. Não via razão para não fazer aquilo, então tirou a camisa e pegou uma esponja para começar a esfregar a moto. “As calças também!” exclamou Dioser começando a descer o zíper de Emilio que suspirava incontidamente. “Você está usando jeans. Demora séculos para secar!” completou.
“Mas é verão, as roupas secam em um segundo quando postas ao sol”.Disse Emilio tentando parecer o mais ingênuo possível, para que Dioser não percebesse sua excitação. “Tire-a mesmo assim”.Ordenou Dioser com um sorriso ainda mais malicioso que o primeiro. E abaixou as calças do garoto. Emilio terminou de tirar as calças e ambos ficaram apenas de cuecas – Emilio de cueca vermelha - e começaram a lavar a moto.
Dioser começou a reclamar constantemente do calor e começou a jogar água com a mangueira sobre si. Emilio olhava para aquela cena com a garganta seca, desejando mergulhar na imensidão de prazer que era aquele corpo sarado. Dioser começou a jogar água em Emilio também que desviou do jato, fingido não estar gostando. "Quem está na água é para se molhar, Emilio, você não acha?". Perguntou Dioser com um sorriso enviesado no rosto que formou uma covinha em cada buxexa sua. "Bem... você tem razão". Respondeu Emlio, dando-lhe um sorrizo também. E assim eles começaram a brincar com a mangueira jogando água um no outro. Ficando, assim, totalmente molhados em questão de segundos. Sem que Emilio percebesse, seus olhos deslizaram dos peitos estufados de Dioser, para seu tórax moreno e depois... Dioser percebera o que Emilio estava olhando e fez uma piada sem graça sobre um homem ver o pênis de outro não ser pecado. Nem se Emilio não quisesse ver, seria impossível. Era como se o órgão dotado de Dioser saltasse aos seus olhos por debaixo da cueca branca e molhada, que se tornara totalmente transparente. Ele corou de vergonha antes de ver que Dioser se aproximava lentamente dele.
“Sua boca... seu corpo... jamais imaginei que um dia iria desejar fazer isso!” disse ele se aproximando cada vez mais. “Isso o quê?” perguntou Emilio tentando fingir que não sabia o que se sucederia.
“Isso!”
Exclamou Dioser passando a mão pela nuca de Emilio e lhe dando um beijo macio, gelado e eterno, – o primeiro beijo de Emilio.
Emilio se perdeu na imensidão daqueles lábios e era como se ele já não fosse só um, mas sim como se sua alma tivesse encontrando a parte há muito estava perdida. Emilio não percebeu quanto tempo durou aquele beijo, tampouco sentiu seus pés tocando o chão. Era como se ele flutuasse e tocasse as nuvens do céu, era como se ele tocasse o infinito. O universo se abria todo para ele em milhões de partículas interligadas que geravam a energia da terra. Ele não sabia explicar aquela sensação!
Quando enfim se separaram, Dioser permaneceu de olhos fechados e com a respiração cansada por alguns segundos, fazendo o peito arfar, ainda com a mão à nuca de Emilio como que a lhe acariciar. Dioser começou a se aproximar novamente de Emilio, que não permitiu e se afastou, começando a se vestir rapidamente, como se o que tivesse acontecido o tivesse agredido profundamente.
“Onde você vai?” perguntou Dioser com uma expressão preocupada. “Para casa. Não deveríamos ter feito isso. Você não deveria ter feito isso!” acusou Emilio. “Desculpe, mas aconteceu. Não pude me controlar. Foi mais forte que eu!” respondeu Dioser tentando se aproximar do amigo novamente que esticou o braço lhe indicando que se afastasse. “Ainda somos amigos?” perguntou Dioser preocupando-se se havia perdido a amizade de Emilio. “Não sei. Tenho que pensar!”.
E dizendo isso, Emilio saiu ainda puxando o zíper da calça para cima. Ao se jogar em sua cama ficou relembrando tudo que sentira quando seus lábios tocaram os lábios de Dioser. Era uma sensação que jamais esqueceria. E que ele desejava que voltasse a sentir logo.
Estava apaixonado!

Este conto tem direitos autorais. Não o plagie!

AGUARDE CONTINUAÇÃO...

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